Distúrbios androgênicos do envelhecimentomasculino - mitos e verdades - IUN - Urologia

17 4009-9191
Rua Voluntários de São Paulo, 3826
São José do Rio Preto / SP

Dicas de saúde

Distúrbios androgênicos do envelhecimentomasculino - mitos e verdades

 

A diminuição da testosterona sérica é uma condição médica que ocorre em alguns homens, não em todos.

Existem vários nomes descritos na literatura para definir essa condição (hipogonadismo, deficiência de testosterona, etc.), e a tendência atual, em artigos de lingua inglesa, é utilizar o termo adult-onsethypogonadism (AOH).

No Brasil, utiliza-se muito o termo "distúrbios androgênicos do envelhecimento masculino" (DAEM), que define o conjuntode sinais e sintomas decorrentes da diminuição da concentração de androgênios que ocorre no homem idoso.

Mito- o homem tem a chamada andropausa.

Verdade- Andropausa não é um termocorreto, já que o homem - ao contrário da mulher, que para de produzir estrogênios e tem a menopausa - não para de produzir androgênios: pode haver diminuição da produção da testosterona com a idade.

Mito- O diagnóstico de DAEM pode ser feito apenas com a dosagem de testosterona sérica.

Verdade- O diagnóstico de DAEM é clínico e laboratorial. Se um homem não apresentar sintomas e tiver testosterona (T) baixa, poderá caracterizar o DAEM.

Mito- A melhor maneira de avaliar laboratorialmente o DAEM é através da dosagem sérica de testosterona livre por radioimunoensaio.

Verdade- Para fazer o diagnóstico laboratorial de DAEM, deve-se dosar a testosterona total. Se estiver diminuída, é preciso repetir a dosagem de T total e fazer a dosagem de testosterona livre calculada (TLC), LH e prolactina.

Mito- A terapia de reposição de testosterona (TRT) deve ser dada a todos os homens sintomáticos com T baixa.

Verdade- Em homens com desejo de fertilidade a TRT não deve ser dada, já que a T bloqueia o eixo hipotálamo-hipofisário-testicular e pode levar à infertilidade. Podem ser utilizados clomifeno, HCG e inibidores de aromatase.

Mito- Todas as formulações de testosterona são seguras.

Verdade- As formulações orais à base de 17-alfa-alquilados não são seguras e não devem ser utilizadas porque podem ter efeito hepatotóxico. As formulações à base de gel e injetáveis não têm efeito hepatotóxico e sua utilização é segura.

Mito- Em homens mais idosos não se deve oferecer TRT.

Verdade- Não existe limite de idade para fazer reposição de testosterona desde que seja bem indicada.

Mito- O objetivo da TRT é elevar ao máximo possível os níveis de testosterona.

Verdade- O objetivo da TRT é manter o índice de T entre 40% e 70% dos níveis normais. Níveis suprafisiológicos devem ser evitados.

Mito- A TRT piora os sintomas do trato urinário baixo (LUTS).

Verdade- Além do incremento na função sexual, a terapia com testosterona também pode melhorar a funçaõ da bexiga eos LUTS ao aumentar a capacidade e a complacência da bexiga e diminuir a pressão no detrusor com fluxo máximo em homens com hipogonadismo sintomático de ínicio tardio.

Mito- A TRT aumenta significativamente o antígeno prostático específico (PSA) sérico.

Verdade- A TRT não aumenta significativamente o PSA sérico.

Mito- A TRT aumenta o risco de câncer de prostáta.

Verdade- Inúmeros estudos demonstram não haver correlação entre TRT e câncer de prostáta: até os dias de hoje, não há evidências de que a TRT cause câncer de prostáta.

Mito- Não se deve fazer TRT em homens com neoplasia intraepitelial prostática (PIN) de alto grau, pois isso pode levar ao câncer de prostáta.

Verdade- A incidência de câncer de prostáta em homens com PIN de alto grau é a mesma observada em homens submetidos ou não a TRT.

Mito- A TRT não pode ser dada a pacientes que tiveram câncer de prostáta.

Verdade- Homens tratados com sucesso CaP e com DAEM sintomático e confirmado laboratorialmente podem ser candidatos à TRT após um intervalo de tempo prudente se não houver evidência de doença residual e se o tumor inicial for localizado sem Gleason alto. A decisão sobre TRT nesses casos é individual.

Mito- A TRT aumenta risco cardiovascular.

Verdade- Uma análise estatística indica que a TRT não esta relacionada ao aumento de eventos cardiovasculares.

Mito- Níveis mais altos de testosterona aumentam o índice de mortalidade.

Verdade- Os homens com níveis mais baixos de testosterona têm maior índice de mortalidade.

Mito- A TRT é perigosa e não deve ser oferecida aos pacientes.

Verdade- A terapia de reposição hormonal é segura e deve ser oferecida aos homens com testosterona sérica baixa e sintomáticos.

 

Fonte: Dr. Luiz Otavio Torres